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Privatizar Serpro e Dataprev é um bom negócio?

Ilustração de uma sala de concreto com um túnel iniciando em uma das paredes, nele aparecem códigos de programação.

A resposta, claro, pode variar muito: depende de a quem a pergunta é dirigida. Mas antes é preciso entender que estatais são essas.

O Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) foi fundado em 1964 e, hoje, é um dos principais pilares do e-government brasileiro, ou seja, de soluções burocráticas eletrônicas. Isso inclui a gestão de dados de cadastros nacionais de pessoas físicas e jurídicas (CPF e CPNJ), informações relacionadas a declarações de impostos de renda etc. Seu faturamento ano passado foi de 3,2 bilhões de reais.

Já a Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência) foi criada dez anos depois e concentra sobretudo dados relativos à previdência social, ou seja, pensões e aposentadorias. Seu faturamento em 2018 totalizou 1,26 bilhão de reais.

Ambas as organizações são vinculadas ao Ministério da Economia (antigo ministério da Fazenda) e contam com departamentos inteiros voltados para desenvolver softwares.

A possibilidade de que as duas sejam privatizadas começou a ser ventilada semanas atrás. Dataprev e Serpro “possuem dados de toda a população brasileira: da data de nascimento ao quanto se contribuiu para Previdência ou pagou de impostos ao longo da vida. Entre os interessados em adquiri-las estão fundos de investimentos e empresas de tecnologia da informação nacionais e estrangeiras”, informa o site El País Brasil.

Que problema poderia haver, então, em vender essas estatais para a iniciativa privada? “O temor de especialistas e dos servidores é que essas informações passem a ser comercializadas sem a devida autorização dos cidadãos que estão cadastrados nesses bancos de dados de forma sistemática”, pondera o site do jornal espanhol.

Para grandes empresas, com capital suficiente para pagar pelos dados dos cidadãos, a ideia de Serpro e Dataprev privatizadas significa um impulso inédito em termos de big data. Isto é, a capacidade de se obter múltiplas informações sobre potenciais clientes — literalmente todos os brasileiros — será virtualmente infinita.

Para o cidadão comum, o risco está na perda de privacidade. Para pequenas e médias empresas, o perigo está nos modelos de negócio mais predatórios — como competir com corporações capazes de conhecer os mínimos detalhes da clientela?

Diante desse possível cenário, contar com cadastros atualizados e organizados dos próprios clientes será um diferencial maior ainda. Só assim será possível se antecipar às necessidades deles e providenciar produtos e serviços de acordo com suas reais necessidades, respeitando a privacidade de cada um.

 

 

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