Sim, é possível não apenas gerir o conhecimento produzido em uma organização de modo a impulsionar aperfeiçoamentos em sua dinâmica, como voltar a maior parte desses esforços administrativos para a inovação. Então, como inovar por meio da gestão do conhecimento?
Já diferenciamos aqui a gestão da informação e a do conhecimento. Agora vamos explicar um pouco melhor como as práticas e métodos de uma empresa são utilizados para atualização.
Por uma questão de cultura organizacional, é comum que diversos negócios não registrem — por meio de manuais ou relatórios, por exemplo — os aprendizados, “macetes” e técnicas angariados ao longo do tempo. Assim, não fixadas formalmente num suporte (seja ele papel, arquivo digital ou qualquer outro), essas informações compõem o chamado conhecimento tácito.
Isso quer dizer que esses dados, muitas vezes relevantes em termos concorrenciais e produtivos, acabam limitados um único colaborador ou à sua equipe, frequentemente sendo passados adiantes, no máximo, via socialização. Ou seja, oralmente ou por meio de memorandos ou mensagens instantâneas.
A gestão do conhecimento busca tornar explícito o que é tácito, além de promover a disseminação das informações no ambiente corporativo.
Um especialista chegou a listar os principais problemas decorrentes da não aplicação desse tipo de administração de recurso intangível:
– os colaboradores de um projeto acabam desconhecendo o desenvolvimento de projetos similares, o que provoca trabalho redundante;
– a falta de consciência por parte da empresa como um todo, da expertise conquistada por determinada equipe ou setor;
– a organização não obtém aprendizados nem experiência para futuros acordos se não registrar as negociações malsucedidas;
– todas as tentativas e erros (assim como os testes, falhas e correções) dos projetos desenvolvidos acabam se perdendo;
– funcionários deixam as organizações e seus conhecimentos e experiências também partem, junto com eles.
A empresa adquire um arcabouço técnico-intelectual único e virtualmente insubstituível, capaz de garantir-lhe uma sabedoria que seus clientes e parceiros só encontrarão nela, quando passa a também analisar sua própria trajetória, revertendo esses cenários.